segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O que conforta



É tão sublime pensar no amor
entre outras coisas que nos levam
a ficar horas e horas a imaginar
e apenas a imaginar

E o bom de se pensar no amor
é pensar no belo e puro amor,
é saber que mesmo vivendo
contrário a idéia desse ideal amor
podemos o imaginar a nosso modo
e pensar como seria bom
vivê-lo



domingo, 31 de outubro de 2010

Anoitecer



Meus olhos não hão de se fechar
até que eu tenha algo a dizer
E que não sejam palavras ao ar,
mas sim que possam sentido trazer

Pois vejo-me apto a criar
e será isso que hei de fazer
Mas o que genial posso citar?
... E por que genial teria de ser?

Bem sei que não vou repousar
ou ao meu leito me recolher
Até que venham palavras regar

Minha mente nesse anoitecer
Então só me resta rezar
e ao divino recorrer

domingo, 26 de setembro de 2010

A poesia não surge do nada


(Rômulo Alves)

A poesia não surge do nada
Nem pode ser vista no nada
A poesia está no belo que tu classificas,
No elo que ao fato o sentimento liga

Nem tudo é poesia,
As vezes é só solidão,
As vezes é coisa divina,
As vezes é inspiração,

As vezes é só uma rima
E rima não é solução
As vezes é até mentira
E as vezes é o coração



domingo, 19 de setembro de 2010

O amor...


O Amor só passa na nossa frente
Quando estamos de costas


domingo, 29 de agosto de 2010

Meu "eu"


Ao certo miro minhas flechas,
Mas sempre atento à minha volta,
Pois o perigo que furtivo cerca
Ataca imerso ao decorrer das horas

Pois o tempo é templo do perigo
Que sugere-me dúvidas cíclicas
E respostas que dele implica
Um desacordo do meu "eu" comigo

Não encaro a incerteza com dardos
Nem "ser poeta" como um castigo
Ao menos penso ser isso pecado
Sendo de mim que em meus poemas digo

E se entenderes o que neles falo
E deles discordar comigo
Farei presença satisfeita ao lado
E poderei chamar-lhe amigo


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sonho inseto


Levo uma chinelada de uma tonelada
Me sinto pequeno, estou sonhando
Preso em um sonho que me dá as palavras
Palavras que não saem da minha boca,
Pois não tenho boca,
Não tenho mãos,
Não posso escrevê-las,
Não posso pensá-las
É só um sonho
Não tenho cérebro,
Não tenho vida,
Não tenho nada



quinta-feira, 22 de julho de 2010

Como será?


Com o que será que devo sonhar essa noite
Se não tenho mais nada a desejar?
E como será de manhã, se acaso eu não sonhar?


quinta-feira, 8 de julho de 2010

Toda Mulher precisa de um Romântico Otário


Cheguei a conclusão de que Toda Mulher precisa de um Romântico Otário, que lhe mande flores e faça juras de amor, para que ela possa ter onde despejar o seu desprezo enquanto pensa em outro. Mas esse romântico otário tem que ser alguém que acredite que a ame, que diga até ser capaz de lutar de esgrima para conquistá-la,
e ter para si que o desprezo da mulher amada é muito mais gratificante do que qualquer amasso numa bunda qualquer. Ele tem que manter a idéia de que será correspondido, mesmo sabendo que não vai. Não que ele deva ser pessimista, ou fazer disso um amor platônico, mas ele tem que saber que não irá conseguir e se convercer de que está errado.

Enfim, toda mulher precisa de um romântico otário e todo romântico otário precisa ser o otário de uma mulher para se petrificar em sua memória, e para que ela no final das contas, de uma vida errante e de prazeres momentâneos ou não, possa olhar para trás e perceber que pelo menos uma vez esteve perto de ser amada.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Quando a arte faz sentido



E novamente a arte faz sentido,
Torna-se hábito novamente
Ouvir canções que traduzem
Sentimentos e o coração partido

Torna-se belo o frio e a escuridão
Torna-se recorrente as dúvidas
Na solidão

Faz-se novo o encarar a situação
Faz-se tolo o esquecer tudo
Sem razão

terça-feira, 15 de junho de 2010

A Falta do Novo


É tudo a mesma novidade
Que, mesmo já esperando,
Vem, não bate, invade

É feita para todos sempre
Para ele, para você e para mim,
Tentando manter a singularidade

Nos mostrando à nossa personalidade
para nos levar ao abate
desacompanhado da vaidade.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Flor de Lótus


Penso tanto comigo mesmo
Comigo sempre tanto confuso
Confuso tanto que comigo penso,
Penso, penso e continuo mesmo

Pois como pode a justiça permitir corrupção?
E como pode haver quem ignore a educação?
Como pode da alegria e do amor nascer a dor?
E como pode da lama emergir a flor?

A verdade,
É que vivemos pensando em questões
Que nos tomariam o tempo da eternidade
Já que para elas não há respostas,
Não existe solução
Por que na verdade nada termina,
Não existe conclusão

E desse abismo de incertezas
é que precisamos
Para percebermos
Que ainda somos humanos
E que de sentimento
é o que mais precisamos

sábado, 15 de maio de 2010

Vamos Brincar


Eu solto agora um grito de esperança
Para que possam me ouvir
Todas as crianças

Não podemos deixar a esperança
Ser apenas uma lembrança
Da infância

É tão difícil ter que esquecer
Os heróis que queriamos ser
Quando crescer

Ter pesadelos que não duram só uma noite
E vidas que dependem
De sorte

Então eu peço novamente às crianças
Não deixem a esperança
Na infância

Vamos correr, vamos sorrir, pular e voar
Precisamos de amor
E de alegria

Então vamos brincar de amar,
De viver,
De sonhar

Não queremos ser feliz à toa
Queremos sorrir e chorar
Numa boa

domingo, 11 de abril de 2010

No camarim



Estou no camarim diante do espelho
E sinto como se o chão
Quisesse tocar meu joelho
Tento concentração
Mas me diz o espelho:
Use o seu coração
Que é o principal aparelho



domingo, 28 de março de 2010

Criar me vem de um ser divíno


(Rômulo Alves)


Criar me vem de um ser divíno
E essa compreensão me vem
De fatos inerentes à metafísica,
Pois o criar me faz transcender
E aceitar o divíno como resposta
Para tudo o que me tomaria
O tempo da eternidade


Morada


Em meu coração há uma morada desabitada
Perfeitamente alinhada à sua forma rara
Que abrir as portas a outro alguém nunca ousara
Pois mesmo antes de você chegar
Estava ela a te esperar


Dúvida


Existe algo
Corroendo o meu coração
Que distorce meus pensamentos
E confunde minha razão

Que enfrenta as desavenças
Do amor e da ilusão
Que alimenta a esperança
Carregada de pressão

Que explode em um olhar seu
Em minha direção
Que se cala em meu sorriso
Escondendo uma intenção

Que real face não emite
E nem se sabe se é vão
Isso que se denomina
Dúvida entre sim ou não



Àquele anjo


Irei sentir saudades
Saudades daquela sala
Daquela sala que tinha um anjo
Um anjo dentro daquela sala

Daquela sala um saía, outro entrava
Entrava quem tinha horário marcado
Marcado horário eu tinha e aguardava
Aguardava enquanto com todos o anjo conversava

O anjo conversava comigo sempre
Comigo sempre confuso
Confuso tanto que o confundia
Confundia tanto que saía confuso

Saía confuso e marcava de novo
Marcava de novo um horário
Horário que ali voltaria
Voltaria para falar com o anjo

Com o anjo eu conversava e ria
E ria, e ria
Ria da minha vida que virava piada
Piada até o anjo contava

Contava também coisas de sua vida
Sua vida que era normal
Normal, sem fantasias, comparada à minha
A minha que nem eu e nem o anjo entendia

O anjo entendia de psicologia
Psicologia que no meu caso não servia
Não servia também sua filosofia
Filosofia essa que eu não entendia

Não entendia ali o que buscava
O que buscava? Procurava o quê?
O que pensava? Desejava o quê?
O que será que eu queria?

Eu queria apenas conversar com o anjo
Com o anjo que ali estava
Estava ali dentro daquela sala
Daquela sala que irei sentir saudades


domingo, 14 de março de 2010

Não inclines à esperança

(Rômulo Alves)

Não inclines à esperança
Nos ultimos momentos
Apenas por ainda teres
Destes ultimos momentos

Não espere da esperança
Um resultado favorável
Qual a ela não cabe

Pois a esperança
Baseia-se na espera
E a expectativa
Só favorece a quem ganha
E ganhar,
Nem sempre é a solução

Acredite, pois acreditar
É transcender a esperança
É ter a certeza de poder
E de se alcançar o impossível
Mesmo sabendo
Que não é possível


Da morte


A morte não gosta de abraços,
Por isso hoje não morrerei



O eco é a única resposta
E o grito foi só um alívio

Do arrependimento


Meus joelhos não tocam o chão,
Mas sinto-me próximo ao chão
Enquanto tento tocar o céu

Minhas lágrimas tocaram o asfalto
Enquanto o via do alto,
Mas vendo agora de baixo
O céu é realmente imenso

E no céu a lua ainda não veio
E o sol já não mais brilha
Não é dia, não é noite,
Será tarde?

Eu vejo tudo no nada


(Rômulo Alves)

Eu vejo tudo no nada
E escrevo para o nada
Pois escrever
É minha maneira de ser ninguém
De me associar à solidão
E ser somente sentimento

quinta-feira, 11 de março de 2010

O amor bate em minha porta


O amor bate em minha porta,
Mas dessa vez não o convido à entrar
Ouvi-lo já não mais importa
Não quero mais o enfrentar

O amor bate em minha porta,
Mas não desejo sua companhia
Meu coração já não suporta
Toda a sua teoria

O amor bate em minha porta
Indisposto a ir embora

O amor bate em minha porta
O amor bate em minha porta

segunda-feira, 8 de março de 2010

Ponta da poesia


A tecnologia é de ponta
Que de ponta em ponta
Tudo aponta
E o apontador
Meu lápis aponta
Para nas linhas deste poema
Seguires perdendo a ponta

Pois o poeta ainda aponta a dor
Tanto quanto aponta o amor
Mesmo sem a ponta da tecnologia

Mas se o lápis perder a ponta
Lá se vai a poesia


Confissão


Não te magoes linda moça
Se teu pranto lhe acalenta
É que distante o teu amor
Repousa ao frio que lhe tormenta

E se a saudade como é
Lhe és a única companheira
E teu sorriso murcha ao ver
Que a solidão que lhe sustenta

Digo que és doce dama
E que teu pranto me entristece
E que me cresce uma paixão
Vendo que em ti desaparece

Do amor impossível


Eis que então renasce o sentimento falecido
Que eu, como poeta, acolho como amigo
Por onde andavas tu, Oh! meu sorriso desfalecido?
Bela dor surge no peito, de um coração que quer abrigo

E eu que então sonhava amar um amor perfeito
Enterro toda a esperança em prol desse efeito
A lembrança iluminada clareia meu pensamento
E minh'alma estremece perante o assombro do momento

Lindos olhos ainda tens musa celeste imprevisível
Que me entorpece em seu retrato a mim direcionado
Tua áurea e formosura ainda são do meu agrado

Amo sim um amor, mas amo um amor impossível
Que, mesmo oposto ao desejo de tê-la aqui ao meu lado,
É o único capaz de me manter eternamente apaixonado


domingo, 7 de março de 2010

Diga ao Mundo o que tu pensas


(Rômulo Alves)

Diga ao mundo o que tu pensas
O que dizem as palavras que escrevera no papel
Não prives que te conheçam em sua arte
Não peques pela vanglória (vã glória) singular,
Pois ser poeta é a minha maneira de pagar por meus pecados
E sua arte não há de se diferenciar
Deixe-se criar caminhos, alterar destinos
Diga ao mundo o que tu pensas
Para que diga o mundo o que te pensam

1996


(Poesia escrita aos 8 anos)

Quando saio com os amigos
Gosto muito de brincar,
Mas quando estou contigo
Eu só brinco de te amar