domingo, 29 de agosto de 2010

Meu "eu"


Ao certo miro minhas flechas,
Mas sempre atento à minha volta,
Pois o perigo que furtivo cerca
Ataca imerso ao decorrer das horas

Pois o tempo é templo do perigo
Que sugere-me dúvidas cíclicas
E respostas que dele implica
Um desacordo do meu "eu" comigo

Não encaro a incerteza com dardos
Nem "ser poeta" como um castigo
Ao menos penso ser isso pecado
Sendo de mim que em meus poemas digo

E se entenderes o que neles falo
E deles discordar comigo
Farei presença satisfeita ao lado
E poderei chamar-lhe amigo


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sonho inseto


Levo uma chinelada de uma tonelada
Me sinto pequeno, estou sonhando
Preso em um sonho que me dá as palavras
Palavras que não saem da minha boca,
Pois não tenho boca,
Não tenho mãos,
Não posso escrevê-las,
Não posso pensá-las
É só um sonho
Não tenho cérebro,
Não tenho vida,
Não tenho nada